Sem Valorização, Sem Metas!
A categoria dos servidores/as do Tribunal de Justiça de Pernambuco não está satisfeita com o tratamento adotado pela instituição para conosco. O ano de 2023 foi marcado negativamente como um dos piores em termos de tratamento, começando com a imposição salarial e finalizando o ano com uma mudança estrutural sem considerar absolutamente nada dos anseios e sugestões da categoria. O que gera, invariavelmente, insatisfação, frustração, medo, estresse e apreensão da categoria. O TJPE ignorar isso e continuar a replicar a indiferença não é interessante para ninguém.
Na campanha salarial desse ano apresentamos o Selo Latão da Desvalorização. O recado era simples e direto: se o TJPE não reconhece e valoriza a categoria, não há como haver a satisfação, por consequência o empenho máximo. Vale salientar que não há por parte da categoria uma rejeição a conquistas institucionais e reconhecimentos, pelo contrário, queremos o reconhecimento da instituição junto com a nossa valorização e compensação, e a eliminação das desigualdades nas verbas indenizatórias.
No sentido inverso ao TJ de Pernambuco, o Tribunal de Justiça do Mato Grosso pagou no mês de dezembro/2023 a importância de R$ 6.900,00 de alimentação, como forma de reconhecimento ao trabalho do ano, e a partir de janeiro/2024 este benefício passará de R$ 1.585,00 ao valor de R$ 1.900,00. Com um detalhe fundamental: é o mesmo valor para servidores/as e magistrados/as. Já o Tribunal de Justiça do Maranhão dobrou o auxílio-alimentação no mês de dezembro como forma de reconhecimento do empenho da categoria.
É desse tipo de incentivo e reconhecimento que toda categoria gosta. Queremos ser um TJ referência nacional, mas com a devida valorização. Já que o TJPE sempre compara outras instituições para adotar algumas medidas, deveria reconhecer que em 15 Tribunais já existe o auxílio-creche; que em vários Tribunais o auxílio-alimentação é igual entre magistrados/as e servidores/as, com a equiparação recente no caso do TJRS; exemplos não faltam para implementar essa boa prática.
As mudanças adotadas recentemente visam, nitidamente, um incremento na produtividade e celeridade processual do TJPE, uma premissa necessária e importante. Todavia, foi um projeto idealizado a portas fechadas, sem envolvimento da categoria e de componentes do sistema de justiça. Um projeto que não apresenta um cronograma de execução, bem como não detalha as especificidades, ou seja, é um projeto incompleto e apressado que só gera mais dúvidas que certezas.
No âmbito da ciência administrativa, um dos pontos básicos que aprendemos é a relação com as partes interessadas (stakeholders). Algo dessa magnitude deveria ter sido debatido no mínimo no Comitê de Priorização do 1º Grau, onde o SINDJUD-PE tem assento como representação da categoria, além de servidores eleitos com direito a voto.
Precisamos sim debater os gargalos da justiça, como aperfeiçoar ferramentas e métodos do trabalho, tudo com o objetivo de aumentar a celeridade processual e a eficiência, sem que isso prejudique as condições de saúde, trabalho e remuneração. O aumento da produtividade deve estar condicionado a uma melhor qualidade de vida.
O servidor do TJPE é produtivo sim e quer ser referência. Porém, o sentimento da categoria é um só: SEM VALORIZAÇÃO, SEM METAS!
SINDJUD-PE
Gestão Lutar e Vencer!