Ler Conceição Evaristo é caminhar por becos que a história tentou esconder, mas que sobrevivem na palavra, na pele e na comunidade.
Becos da Memória é um romance sobre uma comunidade ameaçada de remoção. É sobre quem vive à margem – e ainda assim constrói mundo, afeto e esperança. Na obra, encontramos um Brasil que resiste: moradores ameaçados de remoção, vozes que transformam dor em narrativa e silêncio em palavras.
O livro revela o que o Estado tenta esconder: Desigualdade, remoções, racismo estrutural, apagamento histórico. Mas também revela o que sobreviveram. Laços comunitários. Afeto como arma contra o esquecimento.
A escrevivência, conceito elaborado por Conceição Evaristo, é a escrita que nasce da vida — especialmente da experiência de mulheres negras — e transforma memória, dor, afeto e resistência em palavra. Não se trata apenas de escrever sobre si, mas de escrever a partir de si, de uma vivência coletiva marcada por silenciamentos históricos. A escrevivência é um gesto político: rompe o apagamento, devolve humanidade às vozes marginalizadas e faz da literatura um espaço de denúncia, sobrevivência e afirmação de existência.
Conceição nos lembra que escrever é um ato de insurgência. E ler é também um ato político.
SINDJUD-PE
Gestão Unir e Conquistar!



