Num país como o Brasil, em que ainda se tem tanta dificuldade em garantir para as crianças de grande parcela da população os seus direitos básicos, como a vida e saúde, liberdade, respeito, dignidade e tantos outros previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, precisamos fazer uma reflexão a partir de dois aspectos: o primeiro é o que estamos fazendo, individualmente, para valorizar as crianças que convivem conosco, tratando-as como seres de dignidade e respeito, com pensamentos e opinões próprias, que podem ser educadas com amor e diálogo, e sem violência. Abandonar a criação que recebemos, em que muitas vezes não éramos vistas/os como sujeitos pode ser difícil, mas é extremamente necessário.
A segunda é o que nos cabe enquanto sujeitos coletivos. Essencial refletir, por exemplo, sobre a quem daremos o nosso voto para comandar este país em que cada vez mais temos um aumento da pobreza e da fome, sabendo-se que essa pobreza está cada vez mais feminizada, o que coloca, consequentemente, cada vez mais crianças em risco.
Veja imagens de algumas atividades promovidas pelo SINDJUD-PE em 2022 e que foram pensadas para acolher também os pequenos e pequenas.
Ainda enquanto sujeitos coletivos, o que estamos fazendo, nos nossos espaços de trabalho e de atuação, para incluir as crianças? O SINDJUD-PE tem um compromisso com a infância de diversas formas; enquanto entidade, compreende a importância não só da paridade de gênero dentro das direções sindicais, mas que isso só pode acontecer com o fomento de condições em que mulheres mães possam ter seus filhos consigo numa situação de conforto e acolhimento, já que ocupar espaços nas direções ou mesmo participar da vida de sua entidade de classe não isenta as mulheres nem da sobrecarga de jornadas nem de serem as principais responsáveis pelo cuidado com seus filhos.
Então, se queremos mulheres nos espaços sindicais, é preciso acolher suas crianças. Se queremos construir uma nova forma de fazer sindicalismo, que admite novos jeitos de falar, de liderar, de se expressar, novos espaços mais acolhedores e horizontais, com cada vez menos retórica vazia, reuniões longas e um espaço muito guiado por uma lógica “masculina”, é preciso criar novas formas de existir nesses espaços; é preciso reconsiderar horários; é preciso desacelerar.
Por isso, o SINDJUD ofertou no seu primeiro Encontro de Mulheres a possibilidade de quem desejasse ou não tivesse alternativa de rede de apoio pudesse trazer suas crianças para participar. Num ambiente agradável, as crianças contaram com recreadores e babá, além de lanche. Agora, no Congresso que se aproxima no mês de novembro, teremos uma programação pensada especialmente para elas. É assim que se constrói a luta do futuro: trazendo as mulheres mães e seus filhos para se somar à libertação de toda a classe trabalhadora, construindo para si e para as/os demais um futuro mais justo, solidário e acolhedor. Pretendemos avançar muito mais, e esperamos ver muitos outros sindicatos fazendo o mesmo.
Viva as crianças!
SINDJUD-PE
Gestão Lutar e Vencer!
