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Abolição sem reparação histórica não é abolição!

por | maio 13, 2021 | Destaque Home, Notícias

13 de Maio. Lei Áurea assinada, povo escravizado “liberto”, senzalas abertas.

Pra onde iriam? Com que pertences? Com que dinheiro, indenizações, (re)começariam suas vidas?
Ficaram. Ficaram sem ser pagos(as), ficaram porque deviam nos barracões dentro das propriedades, ficaram com os mesmos direitos que tinham até então, ou seja, nenhum. Projeto de reparação histórica no último país do mundo a abolir formalmente a escravidão? Nenhum.

Não viraram empregados(as). Isso era para os(as) imigrantes, os(as) que vieram trazer cores mais claras para o Brasil, branqueá-lo, esconder a cor daqueles(as) de quem o sangue escorreu pelos navios negreiros e pelos troncos ao longo de 3 séculos e meio de escravidão.

Viraram marginais, os que vivem à margem. Ocuparam as periferias, as margens urbanas, erguendo, aos poucos, suas comunidades e favelas. Os(as) “ignorantes” que nunca ou pouco frequentaram as escolas, a mão-de-obra frágil, mal paga ou não paga.

Hoje, seguem à margem. 3,9% da população não negra maior de 15 anos é analfabeta contra 9,1% dos negros. Entre as mulheres da mesma faixa etária, a disparidade ainda é maior – são 33% de analfabetas contra 18,8% das não negras.
Entre os 10% com o maior rendimento per capita, são 27,7% e entre os 10% mais pobres, 75,2%.

Os mortos? Os mortos têm cor. 73,1% das 618.000 mortes do país, entre 2007 e 2017, foi de homens negros e, entre 2015 e 2016, 75% das pessoas mortas em intervenções de agentes das forças de segurança brasileiras, eram negras. No Rio de Janeiro, em 2019, foram 1819 mortes, o maior número causado por autoridades policiais naquele estado até então, dos quais 78,5% eram negras. Jacarezinho é um dos tantos casos violentos deste genocídio do povo negro que se espalha pelo país.

Neste 13 de Maio, o SINDJUD-PE vem apoiar a luta contra o racismo e pelo fim do genocídio negro no Brasil e no mundo e convidar os(as) servidores(as) públicos(as) a participarem do Ato contra o Genocídio e pela Vida do Povo Preto, organizada pela Articulação Negra de Pernambuco e a Coalizão Negra por Direitos, a partir das 17:00 horas, na Praça do Derby.

É preciso debater a realidade que os negros e negras passaram e ainda passam sob forte estigma, preconceito, segregação e discriminação. É preciso fazer justiça, reparação social. Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista! A luta continua!

SINDJUD-PE
Gestão Lutar e Vencer!

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