Estamos diante de uma conjuntura adversa em todos os sentidos. A pandemia da COVID-19 tem ceifado vidas, porém, a situação se agrava em países que não tomaram as medidas necessárias. Foi colocada uma oposição entre salvar vidas e salvar a economia.
Contudo, até a data dessa publicação, mais de 450 mil pessoas morreram de uma doença para a qual já existe vacina. Enquanto o Governo Federal socorreu somente as grandes empresas, praticamente ignorou os pequenos comerciantes, concedeu um auxílio emergencial insuficiente para a sobrevivência do povo, e depois reduziu a valores que não asseguram sequer uma cesta básica. Aumentou o número de pessoas em situação de insegurança alimentar, desemprego e inflação. Aos servidores foi oferecido o nosso sacrifício, sem consentimento, de congelar nossos salários e apresentar uma PEC de “reforma administrativa” que vem precarizar as relações de trabalho: flexibilizar a forma de contratação, colocar novas etapas de concorrência para o ingresso na carreira pública, retirar a estabilidade, dentre outros absurdos. Em síntese: é a “granada” no bolso do servidor que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, falou na fatídica e assustadora reunião do Presidente Jair Bolsonaro com seus ministros. No entanto, a reforma administrativa que se diz ser para acabar com “regalias e privilégios” do funcionalismo público não toca nas regalias e privilégios que os políticos dispõem, tampouco atingem os que são o topo da carreira pública, dentre outros, a magistratura.
Não bastasse estarem isentos da reforma administrativa, a magistratura não cansa de gerar despesas supérfluas, e é por isso que o SINDJUD-PE lançou a Campanha: Corte aos supérfluos e valorização aos servidores ativos e aposentados já!
Aqui no TJPE é embaraçoso acompanhar a seção de licitação do Diário de Justiça Eletrônico (DJE) e constatar que para os de cima não há parcimônia, enquanto o discurso para os servidores é de que “a situação não está fácil, tenham compreensão pela situação que o país passa”. E nós servidores seguimos arcando com a manutenção de equipamentos, compra de mobília adequada ao trabalho, custeando internet, energia elétrica, água, serviços de antivírus para o computador, etc. ou seja, estamos pagando para trabalhar.
São esses mesmos desembargadores que aprovaram um novo projeto de resolução do auxílio-saúde que privilegia a magistratura e comissionados em detrimento dos servidores. Ao acompanharmos as decisões da cúpula do TJPE em relação aos trabalhadores, decretaram ilegal as greves pela vida da categoria dos rodoviários e dos professores, enquanto esses mesmos desembargadores estão despachando do conforto de suas residências numa plataforma de reunião à distância. E quando precisam se deslocar é de carro luxuoso, no ar-condicionado, com motorista exclusivo cujo paletó é pago pelo TJPE, tudo às custas do povo. E o povo segue arriscando suas vidas em meio à pandemia se deslocando em ônibus e metrô lotados.
E os supérfluos não param por aí, acompanhem as próximas publicações do SINDJUD-PE e se engajem na luta contra esses absurdos com o dinheiro público.
Corte aos supérfluos e valorização aos servidores ativos e aposentados já!
SINDJUD-PE
Gestão Lutar e Vencer!