Autores e autoras negras estão escrevendo sobre tudo e em todos os lugares já tem bastante tempo. E a produção de conhecimento e forma de divulgação desses materiais se dão nos formatos e ambientes mais diversos: nas redes sociais, em blogs e sites de informação, e nos livros.
As possibilidades são e têm sido infinitas. Mas o protagonismo de pessoas negras que estão em constante produção de conhecimento ainda não é visto em uma proporção mais ampla, se comparado com o que está posto em relação a pessoas brancas fazendo o mesmo trabalho.
Esse é um cenário que denuncia o apagamento da construção histórica, social e intelectual do povo negro em todo o mundo, inclusive no Brasil, quando pensamos nesses cidadãos e cidadãs como protagonistas de suas escolhas, vidas, profissões, entre tantos outros aspectos. O que reflete o impacto do racismo estrutural, tema abordado no livro do advogado e filósofo Silvio Almeida, e que representa um problema que está enraizado há centenas de anos na nossa sociedade.
Com isso, dando continuidade com a programação virtual do Novembro Atirracista da Gestão Lutar e Vencer! do SINDJUD-PE nas redes sociais e site, hoje separamos algumas obras escritas por autores e autoras negras que valem muito a pena serem lidas, e que todos e todas precisam conhecer. São livros que nos levam à reflexão a partir de experiências, relatos, olhares reais e ficcionais, fruto do conhecimento de intelectuais negros e negras. Vem conferir:
1 Racismo Estrutural – Silvio Almeida
Em um dos livros mais vendidos do país, o advogado e filósofo Silvio Almeida apresenta dados estatísticos e discute, a partir do conceito de racismo estrutural, como o racismo está na estrutura social, política e econômica da sociedade brasileira.
2 Pequeno Manual Antirracista – Djamila Ribeiro
Neste pequeno manual a filósofa, escritora e ativista Djamila Ribeiro trata de temas como a atualidade do racismo, negritude e branquitude, desejos e afetos. Mostrando caminhos para uma educação antirracista. A obra venceu o Prêmio Jabuti 2020 na categoria Ciências humanas.
3 Racismo Recreativo – Adilson Moreira
Do ponto de vista jurídico, o advogado e doutor em Direito Adilson Moreira separa os conceitos de racismo e injúria racial, mostrando a tendência racista da Justiça brasileira quando determina que programas humorísticos que reproduzem estereótipos raciais não são discriminatórios por promoverem a descontração das pessoas.
4 Quarto de Despejo: Diário de uma favelada – Carolina Maria de Jesus
O livro de Carolina Maria de Jesus, uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil, relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. Na obra Carolina relata o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.
5 Mulheres, Raça e Classe – Angela Davis
A obra da professora, filósofa e uma das escritoras negras mais importantes da atualidade reúne treze ensaios que fundamentam as origens das lutas feministas e antirracistas nos Estados Unidos, trazendo reflexões sobre a escravidão e os seus efeitos, além da forma pela qual a mulher negra foi desumanizada.
6 Encarceramento em Massa – Juliana Borges
Ao abordar o controle social e a violência estatal destinada à população negra, a ativista e pesquisadora Juliana Borges aponta na obra que as relações sociais e o quadro jurídico e institucional da sociedade brasileira intensificam os elementos que sustentam as desigualdades raciais no país.
7 Olhos D’água – Conceição Evaristo
Em Olhos D’água, a linguista e escritora brasileira Conceição Evaristo reúne, sem meias palavras, contos que apresentam aos leitores realidades difíceis vivenciadas por mulheres negras enfrentando a violência urbana e a pobreza no Brasil. O livro venceu o prêmio Jabuti de Literatura de 2015, na categoria Contos e Crônicas.
8 Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil – Sueli Carneiro
O livro da filósofa, escritora e ativista negra Sueli Carneiro resgata artigos escritos e publicados na imprensa brasileira pela autora na primeira década do XXl. Nos textos Sueli faz um convite à reflexão crítica da sociedade brasileira, e explica como o racismo e o sexismo têm estruturado as relações sociais, políticas e de gênero.
9 Ensinando a transgredir: A educação como prática da liberdade – Bell Hooks
A obra da teórica feminista e ativista negra norte-eamericana Bell Hooks aponta o ensino como a forma de atravessar as fronteiras raciais, sexuais e de classe impostas pela sociedade para alcançar a liberdade como sendo o objetivo mais importante de seu ofício enquanto professora e da sua relação com os estudantes.
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