Nota de repúdio à fala do Ministro Paulo Guedes que atacou os servidores públicos
Parasita: Organismo que vive de e em outro organismo. No jargão popular: aquele que vive às custas alheias. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, do Governo Bolsonaro, falou em um evento da FGV, no Rio de Janeiro, que servidores públicos tornaram-se parasitas.
Nós, os servidores públicos, somos remunerados pelo povo brasileiro. Povo este massacrado por um sistema tributário que penaliza o pobre para proteger o rico quando tributa alimentos e isenta lucros e dividendos estratosféricos do grande empresariado; povo que assistiu à extinção do Ministério do Trabalho para enfraquecer a fiscalização do ainda existente trabalho escravo; povo que é ridicularizado pelo presidente da República quando publica vídeo do jornalista Alexandre Garcia dizendo que o Brasil só mudaria se fosse habitado exclusivamente por japoneses; povo este que vê um professor sendo explorado e nunca valorizado.
É este povo que remunera os servidores públicos. Nós, servidores públicos, temos a obrigação de servir ao povo. A obrigação de atender bem o público sempre existiu. A estabilidade do servidor público serve para que governantes não submetam os servidores aos seus desmandos, como no caso do prefeito que exigiu que servidores comparecessem ao show de sua noiva.
O que o ministro Paulo Guedes quer é tirar o direito de fala daqueles que entraram no serviço público através de uma seleção democrática e não por ser filho ou amigo de algum líder político. Nós lutamos por direitos e não por privilégios. Se a iniciativa pública paga mais que a privada é porque existe, infelizmente, no Brasil, o direito à exploração. Enquanto a economia brasileira é uma das maiores do mundo, o salário mínimo é um dos mais baixos do planeta. O que o ministro Paulo Guedes quer, quando retira direitos ao dificultar a aposentadoria e comprometer a estabilidade, é precarizar ainda mais a mão de obra para que o trabalho do brasileiro tenha um valor cada vez menor.
O SINDJUD-PE repudia a declaração do ministro Paulo Guedes por entender que merecemos respeito enquanto servidores e cidadãos.